"A caridade é humilhante porque é exercida verticalmente, de cima para baixo; a solidariedade é horizontal e implica respeito mútuo."
-Eduardo Galeano
Caridade não é solidariedade. A caridade é, obviamente, um exercício vertical de doação dos privilegiados aos menos privilegiados, e contrasta com a solidariedade, que é entendida como uma abordagem horizontal que reconhece o respeito mútuo e a sabedoria de todos os indivíduos.
É claro que existem diferenças entre caridade e solidariedade em termos de quem cria o problema, quem detém o conhecimento e quem é responsável por abordar o problema. A importância de usar o privilégio para apoiar os necessitados e promover a igualdade precisa ser enfatizada – aplacando a “culpa cristã” - , e existem muitos exemplos de como se pode praticar a solidariedade.
Nós não estamos sendo contra a caridade ou ações caritativas pontuais. Elas podem ajudar as pessoas que estão realmente necessitadas. Mas não mudam sua situção como um todo e, isso sim, seria importante. Essas pessoas precisam de soluções, e não de paliativos para apenas prosseguirem em sua vida de carências e sofrimento.
"E doutor, uma esmola a um pobre que é são
Ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão"
Gonzaguinha
Entretanto, não se pode ser casuísta. A necessidade de abordagens sistêmicas para tratar questões de justiça social e econômica se impõem. Existem exemplos na vida real que destacam os esforços colaborativos e de parcerias envolvidas na criação de ferramentas comuns para hospitais e comunidades carentes, que funcionam.
É preciso incentivar engajamento em iniciativas de mudança social e, ressaltando a importância da solidariedade na criação de soluções sustentáveis, abrangentes. E isso é o Solidarismo.